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Lona para silagem, por que espessura não é sinônimo de qualidade

13/06/2025

 

Você já deve ter escutado que “lona boa tem que ter 200 micras”. Essa frase é bastante comum no campo, mas será que ela realmente traduz a qualidade da lona usada na vedação de silos? A resposta é: não necessariamente. A espessura, sozinha, não garante que a lona vai cumprir seu papel de proteger a silagem e preservar seus nutrientes.
Neste artigo, vamos esclarecer esse assunto e mostrar por que a tecnologia da lona é mais importante que apenas sua espessura. Acompanhe até o fim e veja como uma escolha bem feita pode impactar diretamente no desempenho do rebanho e nos lucros da sua propriedade.

Qual é a verdadeira função da lona na silagem?

O objetivo principal da lona é vedar o silo, impedindo a entrada de oxigênio e água da chuva, isso é essencial porque o contato com o ar ativa processos de respiração e fermentação indesejada, que causam perdas de nutrientes e pioram a qualidade da silagem, além disso, a chuva pode gerar chorume e levar embora nutrientes solúveis.
Mas não para por aí, a lona também precisa resistir ao sol, ao calor, ao vento e até ao ataque de animais, ela tem que ser uma barreira física e química eficiente para garantir que o alimento do gado seja o melhor possível.

Tecnologia importa mais do que espessura

Ao longo dos anos, as lonas evoluíram muito. As tradicionais lonas preta e branca de polietileno (PE) ganharam espaço nos anos 90, com a proposta de proteger da luz (face preta) e refletir o calor (face branca), porém, novas tecnologias como os filmes multicamadas com EVOH (etileno-vinil álcool) elevaram a qualidade a outro nível.
Enquanto uma lona PE comum permite a passagem de até 200 mL de oxigênio por metro quadrado por dia, uma lona com EVOH permite 500 vezes menos, uma diferença enorme quando se pensa na fermentação da silagem.

Na prática, melhor lona, melhor desempenho animal

Um experimento feito em Maringá comparou silagens de dois silos iguais, vedados com lonas diferentes: um com lona PE de 200 micras, e outro com lona EVOH, manta de proteção e cascalho.
Os resultados foram claros:
•Perdas de material podre: 4% no silo com lona comum, contra apenas 0,82% com EVOH.
•Estabilidade da silagem após abertura: 19 horas no silo tradicional, quase 48 horas com EVOH.
•Consumo de matéria seca e ganho de peso das novilhas também foram maiores com a lona mais tecnológica.
Ou seja, não é só o visual da lona que muda, os números no cocho e na balança também.

E a famosa “200 micras”?

O título da matéria já dá o alerta, espessura não diz muita coisa, uma lona pode ter 200 micras e ser de qualidade ruim, com matéria-prima inferior, pouca proteção UV ou falhas na fabricação, já uma lona com alta tecnologia pode ter entre 80 e 150 micras, mas com muito mais resistência, durabilidade e vedação eficaz.
Um exemplo real citado pelo autor Patrick Schmidt relata uma grande perda em uma fazenda que usou uma lona de 200 micras de uma marca tradicional que simplesmente rasgou toda após alguns meses, o resultado foi silagem estragada e prejuízo certo, tudo isso porque o lote era de qualidade inferior, mesmo com “200 micras” no rótulo.

Posso reutilizar a lona?

Na teoria, sim, mas na prática do campo, é muito difícil reutilizar a lona principal do silo, o manuseio diário, a exposição ao clima e pequenos rasgos tornam quase impossível manter uma lona em condições ideais para vedar um novo silo com segurança, se alguém conseguir fazer isso com eficiência, merece parabéns!

Escolha com inteligência, não só com o olho

Para o produtor moderno, informação é ferramenta de produtividade, saber que a espessura da lona não é tudo permite fazer escolhas mais seguras e eficazes na hora de comprar, avaliar a tecnologia, a composição e a reputação do fornecedor é o que realmente faz a diferença.

 

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